a história do negão do ônibus

beleza. hoje é dia de comemorar. não, não comemorar a derrota do brasil. muito menos a derrota de gana no max-mega-tenso-dolorido-angustiante jogo de hoje a tarde. e tampouco comemorar a partida da teteia, musa inspiradora deste blog, para o outro mundo e além. pois bem. o motivo da comemoração: então, eu tenho uma amiga. certo. e ela entregou a monografia na quarta. certo. e ela vai se formar (alguém tem que fazer isso, não é mesmo, minha gente?). certo. aí beleza. vamos comemorar. casa da juba, vamos nós.

bem, eu sou uma menina pegadora de ônibus, certo? e como uma boa pegadora de ônibus, eu sou uma ótima paqueradora de ônibus (favor não ler pegadora no ônibus) [ok, não quero ser lembrada da haroldo, el cobrador]. bom bom. eu. paqueradora de ônibus. continuando...

hoje eu entrei num ônibus inédito na minha vida: aeroporto/tacacura. legal, pouca gente, lugar sentada. opa! o que é aquilo ali? uau. meus olhos o viram: sim, um negão. estiloso. black power. gato gato. sabe assim lenny kravitz? pronto. tal qual. sentado ao lado de uma galega (¬¬). daí euzinha sentei bem atrás dele, mai é logico. onde ficava olhando diretamente pra sua cabeleira, vasta cabeleira, alta cabeleira. uma juba. não juba, a dona da casa citada acima, mas uma juba. sim, de leão. enfim..

daí eu e meus pensamentos: aah, se ele se levantasse e me visse e sentasse ao meu lado e começasse a conversar comigo e pedisse meu telefone e me pedisse em casamento e se...

[pausa para o famoso: boa noite, senhoras e senhores passageiros, eu podia tá matano, eu podia tá robano, mas eu tô aqui, pessoal, porque eu tenho duas filhas que tão passano necessidade, pessoal, tô há 3 anos desempregado, minha mulher tá doente, pessoal, e eu preciso pedir porque não tenho oportunidade, pessoal. qualquer moeda me ajuda, pessoal. não quero atrapalhar a viagem de vocês, mas é que eu tô precisando, pessoal... (e por aí vai)]

e aí meus pensamentos fluiram a um nível de ter filhos e netos com aquela beldade sentado a minha frente. eita, a galega foi embora! arrá, não são namorados! yey! meu coração se encheu de alegria e felicidade. eu saltitei por dentro. eu cantarolei por dentro, eu senti...

nãããã! eu não queria ter sentido.. nããão, nããããããããããão. ele levantou o braço e o apoiou na cadeira ao lado.

- cobrador, por favor, me arrange um pregador de roupa pra colocar no meu nariz?

a vida é triste.